Santarém e Prainha, no Oeste do Pará, estão entre os municípios onde as fraudes no pagamento so seguro-defeso a pescadores ganharam proporções de escândalo. Em todo o estado, pelo menos 10 mil pessoas, que nunca viram um anzol de pesca na vida, estariam cadastradas como pescadores e recebendo cada uma o equivalente a um salário mínimo. A fraude causa prejuízos de mais de R$ 20 milhões. A Polícia Federal montou uma operação para pegar as quadrilhas que atuam dentro e fora de algumas entidades de pescadores, lesando os cofres públicos.
O salário é pago durante quatro meses, entre novembro e fevereiro, período em que a pesca é proibida para permitir a reprodução dos peixes. As fraudes principais estão localizadas nas regiões oeste, nordeste e no Marajó. Entre os beneficiários figuram vendedores, motoristas de táxi, ambulantes e mototaxistas. O Ministério Público Federal (MPF) contabiliza dezenas de procedimentos e investigações abertos para apurar denúncias de pagamento a falsos pescadores.
No ano passado, o Pará cadastrou 57,7 mil pessoas para pagamento do seguro. Foi o maior contingente no país. Desse total, segundo investigações preliminares, 20% nunca entraram num barco para pescar, apesar de receber religiosamente o salário de pescador. Um policial que investiga o caso não economiza palavras: “Tem várias máfias atuando aqui no Pará, embolsando dinheiro do governo federal no setor de pesca”. Em Santarém, por exemplo, a Colônia Z-20, que congrega nove mil pescadores, teria algo em torno de 2 mil como beneficiários de fraudes.
Por conta das irregularidades, as Colônias Z-20, de Santarém, e Z-31, de Prainha, tiveram o pagamento do seguro bloqueado e suspenso o CNPJ. Os prejudicados são os pescadores verdadeiros, que agora estão impedidos de receber o seguro.
Fonte: Diário do Pará e redação do blog
2 comentários:
Um vereador de Ponta de Pedras, em visita que fiz aquele Municipio Marajoara, me disse que essa prática de dar seguro defeso para "pescadores" era a que ajudava a eleger alguns políticos. Disse que na Cidade tinha uns 70 pescadores, mas a lista dos beneficiados chegava a mais de 400. O crime, neste caso, parece que compensa. Infelizmente, hoje o vereador é do mesmo partido dos que ele condenava. Lamentável!
Essa prática é comum aqui em São Sebastião da Boa Vista,Marajó dos seis mil pescadores cadastrados metade nunca pegaram em um instrumento de pesca e o pior é que muitos destes pescadores que recebem o benefício aqui são funcionarios públicos e muitos destes moram na capital do Estado só aparecem aqui no período de defeso.Façam alguma coisa pelo amor de Deus....
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