quarta-feira, 1 de abril de 2009

REUNIÃO COM MANGABEIRA PREJUDICADA

O circo atrapalhou a reunião de trabalho, Mangabeira ficou irritado e os presentes, frustrados.
Na avaliação daqueles que mais aguardavam pela visita de Mangabeira Unger a Itaituba, ontem, o resultado ficou muito abaixo do esperado. Na verdade, foi frustrante. E a presença da comitiva da governadora Ana Júlia foi a causa principal.
Na reunião realizada na Escola Municipal José de Anchieta, a presença de Ana Júlia atraiu um grupo de quase 200 estudantes secundaristas e professores estaduais que, revoltados com o abandono em que se encontra o Ensino Médio no município, passaram a protestar e vaiar todos os membros da mesa que falaram. Até o ministro Mangabeira acabou vaiado, ainda que sem merecer.
Na verdade, o encontro, que foi programado para ser uma reunião de trabalho do ministro e com representantes de entidades locais, acabou se transformando em circo do governo do Estado. Mas o palanque não deu certo.
O deputado estadual Airton Faleiro foi o primeiro a ser alvo da indignação dos manifestantes, seguido do federal Zé Geraldo, ambos do PT, o ministro e a governadora. Foram poupados apenas o vice Odair Corrêa e o federal Asdrúbal Bentes (PMDB).
Cenas constrangedoras, ainda que merecidas, para um governo que caminha para dois anos e meio e não fez efetivamente nada de significativo na região do Tapajós.

SE FOSSE REUNIÃO DE TRABALHO

Sem Ana Júlia e, por conseguinte, sem os protestos, a reunião com Mangabeira teria sido muito proveitosa – ainda que ele fale um dialeto derivado do português com forte sotaque americano.
Visivelmente irritado com o circo montado pela governadora, ele falou apenas sucintamente sobre o Plano Amazônia Sustentável. A fala de Unger não passou de 32 minutos – só para comparar, Ana Júlia falou 58 minutos.
Se fosse reunião de trabalho, Unger teria falado com mais calma sobre o programa, principalmente sobre as estratégias e ações previstas no PAS, como regularização fundiária e ambiental, estradas vicinais, sobre garimpagem e mineração, a Hidrovia Tapajós-Tele Pires, além de outros assuntos considerados importantes pela população local. Ele teria respondido a perguntas dos presentes, teria recebido com calma os documentos com demandas dos municípios, etc.
Mas isso não aconteceu na forma que pretendiam aqueles que justamente articularam a vinda do ministro a Itaituba, os mineradores. O município perdeu uma excelente oportunidade para discutir, com um dos ministros que mais têm influência junto ao presidente Lula, projetos dos mais importantes ao desenvolvimento da região.
Mas o circo governamental não deixou. Uma pena!
Que Itaituba não esqueça disso!

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