Os defensores do aproveitamento hidrelétrico (AHE) Belo Monte, no rio Xingu,no Pará, vão precisar de mais iniciativa e arrojo se querem, mesmo, que o projeto vire realidade. O fato de o Ibama ter emitido a licença prévia não garante a execução dele, e todos sabemos disso.
No embate entre prós e contras, as iniciativas de maior repercussão vêm destes últimos. A última aconteceu, esta semana, com a entrega de um documento à Organização das Nações Unidas (ONU) com denúncias contra o projeto de supostas violações de direitos humanos causadas pela possível construção da hidrelétrica. Também no início desta semana, ambientalistas e líderes de movimentos sociais conseguiram o apoio do cineasta James Cameron, diretor de sucessos como Avatar e Titanic, que assumiu o compromisso de lutar para impedir a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte. Sem dúvida, os contrários estão na ofensiva e somando pontos.
O leilão para a construção da hidrelétrica está previsto para o dia 20 de abril. A usina será a segunda maior do país e a terceira do mundo e terá capacidade instalada de geração de mais de 11 mil megawatts (MW). A hidrelétrica formará dois reservatórios de 516 quilômetros quadrados (km²). Segundo as entidades, os lagos da represa inundarão área onde se localizam 30 terras indígenas legais e afetará um terço do município de Altamira (PA), onde vivem 20 mil pessoas.
Depois da liberação da licença ambiental prévia, no início de fevereiro, os defensores do projeto parece que resolveram deitar "em berço explêndido", aguardando o leilão. Desde aquela data, as maiores ações têm sido dos contrários.
É preciso reagir com maior força. Os defensores parece que têm vergonha de defender o projeto, de ir à praça pública e mostrar as razões que justificam a execução do projeto - e estas são fartas. A OAB/PA discutiu o projeto durante um dia inteiro e assumiu sua defesa. Empresários e sindicalistas criaram, em Belém, um fórum em defesa do AHE Belo Monte, mas suas ações têm sido tímidas.
Não há dúvida: falta mais ação aos defensores do AHE Belo Monte!
Um comentário:
Realmente é muito fácil se colocar contra o projeto, visto que as frases feitas e de apelo fácil ao gosto popular causam maior impacto. Ninguém precisa estudar muito, ter grande conhecimento de causa para se colocar contra o projeto, enquanto que ser a favor envolve o conhecimento exato dos riscos, das responsabilidades envolvidas e dos critérios técnicos e legais que embasam a proposta. Vejam só. Vivemos em um estado democrático, onde a participação popular nos fóruns e nas decisões são amplamente garantidos. E isto tem pouco tempo. A UHE Tucuruí, por exemplo, assim como Itaipú, não passaram pelos crivos das análises ambientais com o mesmo rigor com que se fazem hoje estes estudos. A legislação ambiental brasileira é bem moderna, data da década de 1980. Antes, num regime de exceção, as coisas eram feitas no peito e na raça, por vontade única dos Generais. Vejam o exemplo de Balbina.
O projeto da UHE Belo Monte passou pelos mais modernos crivos legais, com estudos feitos por técnicos de alta capacidade e reconhecimento internacional, que merecem crédito. Os técnicos do IBAMA que aprovaram a licença são servidores públicos credenciados para suas funções, estudam anos a fio o processo, determinam as diretrizes dos estudos, emitem termos de referência para subsidiar o projeto. Não venham agora com os Camerons da vida,falando que o projeto é inviável, com esse discurso fácil de ambientalista de asfalto e ar condicionado e essa intromissão inadequada nas coisas do Brasil.
As vozes contrárias são serviçais dos querem um Brasil subdesenvolvido e um povo eternamente escravo das vontades imperialistas americanas. Temos exemplos assim na nossa história, quando, por vontade da Inglaterra, a tríplece aliança (Brasil, Uruguai e Argentina) arrasou o Paraguai, pois este se transformava em uma nação autosuficiente. Para os povos desenvolvidos, nós merecemos só o terceiro mundo. E olhe lá!!!
André Luiz Guimarães
(guimaraesjf@yahoo.com.br)
Postar um comentário