segunda-feira, 31 de maio de 2010

UM PACTO CONTRA A EDUCAÇÃO E OS ESTUDANTES

Agrava-se o impasse entre os professores estaduais em greve e o governo do Estado.

Ontem, o governo divulgou, em seu portal na internet, que cortará o ponto dos professores faltosos, a partir de hoje, e descontará os dias parados até que a reposição das aulas seja efetuada. As medidas, diz a nota, visam garantir o retorno imediato às aulas e evitar prejuízos aos estudantes e seriam motivadas pela intransigência do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará (Sintepp), ao não encerrar a greve da categoria mesmo depois do governo ter atendido a várias reivindicações. Os professores da rede estadual estão em greve desde o dia 7 de maio.

Segundo o texto, o governo do Estado aceitou 15 das reivindicações apresentadas pelo Sintepp em relação ao PCCR (Plano de Cargos, Carreira e Remuneração), atendeu 14 dos 24 itens da pauta específica, aceitou 4 parcialmente e mantém 5 em negociação. Também diz que a greve foi iniciada dois meses após acordo que garantiu 6% de reajuste salarial a todo o funcionalismo e um dia após a governadora Ana Júlia Carepa ter enviado à Assembleia Legislativa o PCCR.


Para ler mais, www.diariodopara.com.br

PS: As maiores vítimas dessa disputa são, claro, os milhares de estudantes secundaristas, uma situação que há muito ultrapassou a linha do tolerável. O Ministério Público - o Estadual e o Federal - há muito que já deveria ter intervido nesse quadro de absurdos. Há anos seguidos, mas com especial destaque naqueles em que há eleições, as disputas irracionais entre governos e movimentos sindicais tornam ainda mais caótica e deprimente o ensino público no Pará. A qualidade, que já é sofrível, definha ano após ano. Não por acaso temos aqui o segundo pior Ensino Médio do Brasil.

Assim, repete-se a máxima da mediocridade que joga a qualidade do ensino público na lama: o governo faz de conta que paga, os professores fazem de conta que dão aula e os alunos fazem de conta que aprendem. As estatísticas e estudos recentes sobre a educação pública - a do Pará, especialmente - demonstram o quanto esse pacto é nocivo à atual geração de estudantes e será ainda mais dramática, pela falta de perspectivas minimamente confiáveis, às futuras.

Enquanto isso, milhões de reais são torrados a cada ano, escorrem pelo esgoto do desperdício e da irresponsabilidade de gestores e professores públicos.

Quem vai pagar por isso?

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