quarta-feira, 7 de abril de 2010

PRESIDENTE DA FUNAI MINIMIZA CRÍTICAS AO AHE BELO MONTE

Márcio Meira: não se deve comparar Belo Monte às Hidrelétricas de Tucuruí e Balbina

O presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Márcio Augusto Freitas de Meira, minimizou as críticas de grupos indígenas à construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará. Para ele, as legislações ambiental e indigenista atuais não permitem que se cometam os mesmos erros do passado na construção de grandes hidrelétricas.

"Acho que em primeiro lugar é importante diferenciar o momento histórico em que foram construídas as usinas de Balbina e Tucuruí com o atual momento. Naquela época não existiam políticas ambientais. As exigências ambientais que existem hoje não existiam na época. A legislação indigenista é hoje muito mais forte. Aliás, as duas estão muito próximas: a indigenista com a ambiental, que têm um peso muito grande na proteção socioambiental", disse Meira.

Para o presidente da Funai, Belo Monte não pode ser colocada no mesmo patamar que foi Tucuruí e Balbina, consideradas por ele "um escândalo na época". No caso de Belo Monte, o próprio projeto foi modificado em função destas exigências.

Sobre os impactos, diz ele, são questões que o Ibama, em suas manifestações, colocou como preocupações e como exigências de medidas que o empreendedor deve tomar para minimizar.

Meira diz ainda que a Funai não se ausentou em nenhum momento do processo de discussão de Belo Monte. "Temos os registros de um vasto calendário de reuniões e encontros que foram realizados com os indígenas da região durante todo o processo de discussão de Belo Monte. Desde o primeiro momento, e antes até de qualquer começo até o presente momento a Funai acompanhou os encontros em todas as aldeias, de toda a região", disse.

Segundo ele, foi feito um Termo de Referência, que faz parte do estudo de impacto ambiental elaborado pelo Ibama, que é extremamente exigente. "Condicionamos para que este Termo de Referência bem como o Estudo de Impacto Ambiental fosse apresentado aos índios nas aldeias, inclusive muito antes da realização das audiências públicas. Todas as informações foram realmente prestadas às populações indígenas", garante.

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