Quem viveu, aqui no Brasil, as agitações políticas dos anos 70 e 80 contra a Ditadura Militar e levantou as bandeiras da Democracia, da Liberdade e sonhou com uma sociedade justa, fraterna, solidária, sendo membro de partido clandestino ou não, cantou, tocou e viveu as emoções das músicas cantadas por Mercedes Sosa.
Engajada politicamente, mas sem se enquadrar nos estereótipos leninista, stalinista ou trotyquista, Mercedes e seu tambor irritaram os ouvidos dos militares argentinos e fez seus hinos chegarem aos mais longínquos torrões latinoamericanos onde o clamor por liberdade e demofracia ecoava.
Cantei muito Mercedes, toquei suas músicas, se emocionei com suas letras, especialmente aquelas de autoria de Violeta Parra.
A morte dela, ontem, deixa cada um de nós, sobreviventes daqueles anos de chumbo, um pouco órfãos, tristes, lamentando pelo fato de muitos de seus sonhos continuem sendo apenas sonhos.
Hoje, a Argentina deu seu último adeus a ela. Foi um funeral carregado de emoção, no qual não faltaram música, dança e poesia.
Milhares de argentinos se despediram durante o velório na sede do Congresso. O corpo de Sosa foi levado ao crematório do cemitério de Chacarita, em Bueno Aires, e suas cinzas serão jogadas em sua província natal, Tucumán, em Mendoza, onde forjou sua carreira, e em Buenos Aires.
Seus restos mortais foram levados em meio a uma multidão que entoava suas canções e dançava as danças folclóricas com as quais Sosa deleitava seu público nos concertos. Outros se abraçavam e choravam ao se lembrarem da artista.
Fonte: Reuters Brasil e redação do blog
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