Hoje, cerca de dois mil agricultores familiares iniciaram novo acampamento em frente à Superintendência do Incra, em Santarém, segundo nota distribuída à Imprensa pelo Sindicato de Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar. A manifestação pede a exoneração do atual superintendente regional e a execução de uma série de ações que agilizem o processo de reforma agrária no Oeste do Pará.
Será que estamos vendo o início da “Quaresma Vermelha”?
O acampamento coincide com uma série de eventos violentos promovidos pelo Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST), com invasões, ameaças, espancamentos e assassinatos, principalmente
Em Santarém, o movimento coincide também com o início da nova campanha para prefeito municipal, no dia 5 de abril, com o PT tendo candidatura própria.
Lá, assim como aqui, as justificativas são as mesmas: pressionar para fazer avançar a reforma agrária, pela criação de novos assentamentos, acesso a mais créditos públicos, lutar contra o agronegócio, o latifúndio, a grilagem de terras...
PT CONTRA PT?
Todos os cargos de maior importância do Incra e do Ibama são ocupados por militantes do PT. Os ministros da Reforma Agrária e do Desenvolvimento Agrário são do PT...
Que ninguém ache que o pedido de exoneração do diretor regional do Incra e a própria manifestação em si sejam cenas de uma briga de PT contra PT! Longe disso.
Eventos dessa natureza estão ligados ao calendário eleitoral – e o PT já fazia isso com exímia perfeição nos anos 80 e 90, quando alcançar o poder político era apenas um objetivo relativamente distante.
Hoje, no comando do poder central, “façamos nós mesmos e agora antes que a oposição faça”, devem ter pensado seus idealizadores. Se o próprio PT faz manifestação contra as políticas do governo do PT, ele impede que os erros políticos do governo Lula se transformem em bandeiras eleitorais da oposição em 2010. "Para avançar na mudança", argumentarão.
No próximo ano, novas eleições vão renovar os cargos de presidente da República, senadores, deputados federais e estaduais. Não será coincidência se ainda ouvirmos falar em “Semana Santa Vermelha”, “Páscoa Vermelha”, “São João Vermelho”, “Semana da Pátria Vermelha”, com a participação incentivada de sem-terra, sem-teto, funcionários públicos...
Não é honesto desconfiar de ninguém de forma antecipada, a não ser quando há precedentes históricos que justifiquem.
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