Dinheiro público é usado para ajudar a Alcoa a iniciar extração de bauxita.
Apesar das resistências políticas de movimentos ecológicos contra seus projetos minerais, a Alcoa Alumínio acaba de receber injeção suplementar de R$ 950 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para ampliar a capacidade de produção de bauxita e de alumina da empresa, no Pará e no Maranhão.
Esse aporte extra de recursos públicos à empresa se soma a R$ 1,15 bilhão que o banco já havia liberado, em 2007. Agora, a empresa passa a contar com R$ R$ 9,7 bilhões para investimentos nos dois estados.
Deste quase R$ 1 bilhão extra, R$ 750 milhões serão aplicados na implantação de infraestrutura industrial e logística (porto, ferrovia e rodovia) para exploração de mina de bauxita, localizada no município de Juruti. A capacidade inicial de produção será de 2,6 milhões de toneladas por ano, mas há potencial de ampliação para até 12 milhões de toneladas/ano.
Segundo o BNDS, o terminal portuário de Juruti terá capacidade para acomodar navios de 75 mil toneladas. O projeto inclui cais para o escoamento de bauxita e um terminal de carga geral. A ferrovia tem 55 km de extensão e vai operar com duas locomotivas e 58 vagões. A rodovia, também com 55 km de extensão, terá uma ponte rodoviária de 50 metros sobre o rio Branco e seis galerias de passagens inferiores à rodovia.
O projeto prevê ainda investimentos em uma diversidade de projetos sociais com destaque para a construção de novo hospital em Juruti, reforma e ampliação do hospital municipal e das Unidades Básicas de Saúde.
Moradores locais e ONG's contestam projeto e exigem compensações.
COMPENSAÇÃO
Como se sabe, a implantação do projeto da da Alcoa em Juruti não é pacífica. Comunidades tradicionais, ONG’s e o Ministério Público federal denunciam que o projeto deverá causar fortes impactos negativos sobre a população e o meio ambiente. Eles cobram da empresa ações compensatórias pela exploração mineral. Em fevereiro passado, eles chegaram a bloquear uma estrada que dá acesso às minas de bauxita e à planta industrial da empresa.
A notícia de mais dinheiro público para a empresa poderá aumentar a fervura na panela de disputas dos movimentos ambientalistas contra a Alcoa.
É esperar pra ver.
Nenhum comentário:
Postar um comentário