Na coluna do jornalista Augusto Nunes, edição de hoje do Portal Veja, com o título acima:
Escolher o adversário é quase sempre mais importante que escolher os aliados, repetiu Tancredo Neves em janeiro de 1984, depois da vitória sobre Paulo Maluf no Colégio Eleitoral. “Fiz o possível para ter Maluf como oponente porque era o mais vulnerável entre os que poderiam ser apoiados pelo governo”, contou. Forçados a decidir entre um homem honrado e ûm sinônimo de corrupção, previu Tancredo, mesmo eleitores estreitamente ligados ao regime militar evitariam associar-se à imagem de Maluf. Acertou. “Para entender o resultado de uma votação, não se deve ver apenas quem ganhou, mas também quem perdeu”, ensinou. Frequentemente, o motivo principal de uma vitória é o derrotado.
Os partidos de oposição têm sorte: Lula escolheu por eles a adversária ideal. Como sabem há meses os frequentadores da coluna, como não demorarão a perceber milhões de brasileiros, Dilma Rousseff é incapaz de comunicar-se com cada parafuso da cabeça em seu lugar. Mais grave ainda, não tem nada de proveitoso a dizer. O mais popular dos presidentes entre os institutos de pesquisas de opinião acha que elege um poste. Até uma Dilma.
Lula também achou que transformaria Aloízio Mercadante em governador em 2006 e Marta Suplicy em prefeita em 2008. E achou até recentemente que todos os cinemas do país atravessariam 2010 tomados por multidões comovidas com a história do Filho do Brasil que virou presidente e campeão de popularidade. No fim de semana, o sucesso do século agonizava em São Paulo nas telas de duas salas semidesertas. Não vai sobreviver ao Carnaval.
Lula também achou que transformaria Aloízio Mercadante em governador em 2006 e Marta Suplicy em prefeita em 2008. E achou até recentemente que todos os cinemas do país atravessariam 2010 tomados por multidões comovidas com a história do Filho do Brasil que virou presidente e campeão de popularidade. No fim de semana, o sucesso do século agonizava em São Paulo nas telas de duas salas semidesertas. Não vai sobreviver ao Carnaval.
Dilma é muito mais desastrada que Mercadante, muito mais arrogante que Marta e ainda mais bisonha que o filme. A cada discurso improvisado, a cada declaração em reuniões ou entrevistas, o país é reapresentado ao espetáculo aflitivo do orador sem rumo. O sujeito agride o predicado, o substantivo não cumprimenta o verbo, a concordância é chicoteada sem dó nem piedade, os gestos colidem com a garganta, a palavra volta na mesma linha sem ser chamada nem pedir licença, a voz vive inutilmente à procura do ponto seguro que não aparece. Lula trata o português com selvageria, mas é fácil entender o que está dizendo. Dilma é incompreensível.
Para ler mais, e é interessante que se leia, http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/
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