As obras de asfaltamento da Rodovia Santarém-Cuiabá (BR-163) estão inseridas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), menina dos olhos do presidente Luís Inácio Lula da Silva e da ministra Dilma Roussef, pré-candidata à presidência da República. Políticos de vários partidos - principalmente o PT - sempre falam da rodovia como se estivesse em obras, mas a verdade é que a estrada vive o mesmo abandono e descaso de sempre.
Ontem, uma ponte de madeira no km 180 da rodovia, no trecho entre Santarém e Rurópolis, desabou, interditando o tráfego. A ponte fica no local conhecido como enxurrada e, pelo cronograma do governo, já deveria ter sido construída em concreto, mas estava abandonada. O governo não liberou os recursos necessários para a manutenção e, logo no começo do inverno, a ponte caiu, impedindo o tráfego de veículos nos dois sentidos.
Uma imensa fila de veículos se formou nos dois lados da ponte caída, principalmente caminhões carregados com produtos perecíveis. "Estou com um caminhão parado lá, sem poder seguir viagem", lamentou o empresário César Ramalheiro, dono de uma rede de supermercados de Santarém. Os caminhoneiros dizem que se o tráfego não for liberado logo, muitos produtos podem estragar.
Os ônibus que transportam pessoas na região também não puderam passar e a solução encontrada foi a baldeação. Os passageiros deixam o ônibus, atravessem a pé o rio encima de tábuas e, do outro lado, tomam outro ônibus para seguirem viagem. Idosos e crianças são os que mais sofrem - muitos não têm condições de atravessar. Um sofrimento que já dura mais de 30 anos, desde que a rodovia foi aberta, na década de 70, pelo governo militar.
A ponte que caiu já estava em situação precária desde o ano passado, mas o 8º Batalhão de Engenharia e Construção (BEC), responsável pela manutenção do trecho, não recebeu recursos para consertar a ponte de madeira ou fazer outra antes do desabamento. Agora o Exército trabalha contra o tempo para viabilizar uma forma para restabelecer o tráfego na rodovia, que na prestação de contas do governo, aparece como um grande canteiro de obras.
Fonte: www.ecoamazonia.com.br
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