Mais de cem dirigentes sindicais, trabalhadores e representantes empresariais participaram do simpósio. Parlamentares apresentaram propostas às empresas responsáveis por grandes projetos. Súlivan, presidente da Fitimn, coordenou o debate. Evandro Rolim (camisa verde), representante da Vale, apresentou detalhes sobre o Aços Laminados do Pará (Alpa). Sustentabilidade, produção e geração de emprego foram o foco do debate.
Digno dos melhores elogios o simpósio realizado pela Federação Interestadual dos Trabalhadores Metalúrgicos da Região Norte (Fitimn), na terça-feira passada, em Belém. O evento, que reuniu cerca de 130 pessoas, no auditório do Hotel Soft Belém, discutiu os investimentos e a perspectiva de desenvolvimento do setor mínero-metalúrgico na Amazônia, sob a ótica da sustentabilidade, da produção e da geração de emprego.
Da reunião participaram dirigentes sindicais metalúrgicos dos estados do Amazonas, Amápá e do Pará. Deste, vieram representantes dos sindicatos de Marabá, Parauapebas e Barcarena, além de Belém. Representantes da Albras, da Vale e do Centro das Indústrias do Pará (CIP) também participaram dos debates. Os deputados federais Wandenkolk Gonçalves e Nilson Pinto e o senador Flexa Ribeiro prestigiaram o evento. Súlivan Santa Brígida, presidente da Fitimn, presidiu os trabalhos e coordenou o debate.
Evandro Rolim, representante da Vale, apresentou o projeto Aços Laminados do Pará (Alpa), que a empresa se prepara para instalar no município de Marabá. Segundo ele, o projeto vai representar um investimento de 3,7 bilhões de dólares (6,3 bilhões de reais), sendo 3,3 bilhões somente na instalação da usina. O restante será aplicado na construção de um terminal de embarque na Vila do Conde, em Barcarena, e em infraestrutura de transporte. A Alpa, segundo Rolim, vai produzir 2,5 milhões de aços planos. A audiência pública para discutir o Estudo de Impactos Ambientais (EIA) e o Relatório de Impactos Ambientais (Rima) do projeto aconteceu no dia 7 de janeiro, em Marabá.
O destaque do evento está no fato de a iniciativa ter partido de uma entidade de trabalhadores. Diferente da maioria das entidades tradicionais, que se restringe a reivindicar a criação de emprego e mais emprego, a Fitimn e seus sindicatos associados inovam ao assumir o desafio de ser protagonista no setor mínero-metalúrgico, assumindo a responsabilidade junto com as empresas e o próprio governo. "Queremos discutir a implantação dos projetos do setor, principalmente pelo aspecto da sustentailidade, seja ela ambiental, social ou política", afirmou Súlivan Santa Brígida.
"Isso é desenvolvimento sustentável", destacou Sulivan. "Entendo que os recursos naturais da Amazônia devem, sim, ser explorados de forma racional e sustentável para promover o nosso desenvolvimento, gerar postos de trabalho, qualidade de vida à população e receita aos governos, para reinvesti-los em benefício da população".
O deputado Nilson Pinto, um dos palestrantes, combateu a idéia de que as melhores informações sobre a Amazônia estão fora dela e do Brasil. "Nós temos as melhores informações sobre a Amazônia e estas são suficientes para nos oferecer conhecimento e tecnologia para explorar nossos recursos de forma sustentável", afirmou.
Nonato Brito, vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Pará (Simetal) e coordenador do comitê "Belo Monte,Sim!", cobrou do representante da Vale a qualificação da mão-de-obra regional para ser aproveitada nas etapas de instalação e produção da Alpa. Segundo Evandro Rolim, a implantação do projeto vai absorver 16 mil trabalhadores. Já na fase de produção, a usina vai oferecer 5,3 mil vagas e gerar outras 16 mil indiretas. Ainda segundo ele, a Vale vai investir R$ 9,1 milhões, neste ano e no próximo, na capacitação da mão-de-obra regional para o projeto.
O presidente do Centro das Indústrias do Pará (CIP), José Maria Mendonça, elogiou a iniciativa da Fitimn em realizar o evento. Ele citou o exemplo da Copala, empresa que ele preside, no bairro do Guamá, em Belém, como exemplo da necessária parceria entre empresas, trabalhadores e governo para que o desenvolvimento aconteça. Há mais de quinze anos que a Copala é co-gestada com a participação de representante dos trabalhadores.
Ao encerrar o simpósio, Súlivan anunciou que a Fitimn vai realizar novos eventos sobre o tema em cidades pólo do interior do Estado.
Digno dos melhores elogios o simpósio realizado pela Federação Interestadual dos Trabalhadores Metalúrgicos da Região Norte (Fitimn), na terça-feira passada, em Belém. O evento, que reuniu cerca de 130 pessoas, no auditório do Hotel Soft Belém, discutiu os investimentos e a perspectiva de desenvolvimento do setor mínero-metalúrgico na Amazônia, sob a ótica da sustentabilidade, da produção e da geração de emprego.
Da reunião participaram dirigentes sindicais metalúrgicos dos estados do Amazonas, Amápá e do Pará. Deste, vieram representantes dos sindicatos de Marabá, Parauapebas e Barcarena, além de Belém. Representantes da Albras, da Vale e do Centro das Indústrias do Pará (CIP) também participaram dos debates. Os deputados federais Wandenkolk Gonçalves e Nilson Pinto e o senador Flexa Ribeiro prestigiaram o evento. Súlivan Santa Brígida, presidente da Fitimn, presidiu os trabalhos e coordenou o debate.
Evandro Rolim, representante da Vale, apresentou o projeto Aços Laminados do Pará (Alpa), que a empresa se prepara para instalar no município de Marabá. Segundo ele, o projeto vai representar um investimento de 3,7 bilhões de dólares (6,3 bilhões de reais), sendo 3,3 bilhões somente na instalação da usina. O restante será aplicado na construção de um terminal de embarque na Vila do Conde, em Barcarena, e em infraestrutura de transporte. A Alpa, segundo Rolim, vai produzir 2,5 milhões de aços planos. A audiência pública para discutir o Estudo de Impactos Ambientais (EIA) e o Relatório de Impactos Ambientais (Rima) do projeto aconteceu no dia 7 de janeiro, em Marabá.
O destaque do evento está no fato de a iniciativa ter partido de uma entidade de trabalhadores. Diferente da maioria das entidades tradicionais, que se restringe a reivindicar a criação de emprego e mais emprego, a Fitimn e seus sindicatos associados inovam ao assumir o desafio de ser protagonista no setor mínero-metalúrgico, assumindo a responsabilidade junto com as empresas e o próprio governo. "Queremos discutir a implantação dos projetos do setor, principalmente pelo aspecto da sustentailidade, seja ela ambiental, social ou política", afirmou Súlivan Santa Brígida.
"Isso é desenvolvimento sustentável", destacou Sulivan. "Entendo que os recursos naturais da Amazônia devem, sim, ser explorados de forma racional e sustentável para promover o nosso desenvolvimento, gerar postos de trabalho, qualidade de vida à população e receita aos governos, para reinvesti-los em benefício da população".
O deputado Nilson Pinto, um dos palestrantes, combateu a idéia de que as melhores informações sobre a Amazônia estão fora dela e do Brasil. "Nós temos as melhores informações sobre a Amazônia e estas são suficientes para nos oferecer conhecimento e tecnologia para explorar nossos recursos de forma sustentável", afirmou.
Nonato Brito, vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Pará (Simetal) e coordenador do comitê "Belo Monte,Sim!", cobrou do representante da Vale a qualificação da mão-de-obra regional para ser aproveitada nas etapas de instalação e produção da Alpa. Segundo Evandro Rolim, a implantação do projeto vai absorver 16 mil trabalhadores. Já na fase de produção, a usina vai oferecer 5,3 mil vagas e gerar outras 16 mil indiretas. Ainda segundo ele, a Vale vai investir R$ 9,1 milhões, neste ano e no próximo, na capacitação da mão-de-obra regional para o projeto.
O presidente do Centro das Indústrias do Pará (CIP), José Maria Mendonça, elogiou a iniciativa da Fitimn em realizar o evento. Ele citou o exemplo da Copala, empresa que ele preside, no bairro do Guamá, em Belém, como exemplo da necessária parceria entre empresas, trabalhadores e governo para que o desenvolvimento aconteça. Há mais de quinze anos que a Copala é co-gestada com a participação de representante dos trabalhadores.
Ao encerrar o simpósio, Súlivan anunciou que a Fitimn vai realizar novos eventos sobre o tema em cidades pólo do interior do Estado.
Um comentário:
Quem já se deu ao trabalho e ao prazer de ler a primeira e longa reportagem sobre o Brasil -chamada também de A Carta de Pero Vaz de Caminha -, aquela que serviu para comunicar Vossa Alteza, o Rei de Portugal, sobre o achamento da Ilha de Vera Cruz, no dia 22 de abril daquele já longínquo 1500, pode constatar a fartura de menções às características físicas das nossas gentes, descrevendo-as como pessoas pardas e que andavam com as suas vergonhas totalmente a mostra.
Embora as maiores preocupações fossem mesmo o ouro e a prata para o reino e almas para o cristianismo, o escrivão de Cabral ficou tão vidrado nas cunhantãs desnudas ao ponto de comparar as vergonhas das moças destas paragens com as de Portugal, dizendo que as daqui eram mais graciosas que as de além-mar.
Assim escreveu Caminha em sua empolgação:
“Pardos, nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonhas. Traziam arcos nas mãos, e suas setas.”
“E uma daquelas moças era toda tingida de baixo a cima, daquela tintura e certo era tão bem feita e tão redonda, e sua vergonha tão graciosa que a muitas mulheres de nossa terra, vendo-lhe tais feições envergonhara, por não terem as suas como ela”.
E por aí vai...
Pois bem. Passados quase quinhentos e dez anos, uma entidade sindical de trabalhadores
promove um evento para duscutir a questão mineral. Parabéns! Ações pedagógicas como essa podem fazer a diferença nessa triste história da exploração dos recursos naturais da Amazônida.
Mas, aqui entre nós, a rigor a rigor, há muito que esses "recursos naturais da Amazônia" não são mais da Amazônia e nunca foram explorados para promover o nosso desenvolvimento.
Desde o início quando a questão mineral ganhou a importância que tem hoje revelou-se como um verdadeiro banquete servido ao capital com as migalhas caidas aos amazônidas, tudo isso nas barbas de todos, das gentes e das lideranças de todas as ordens - trabalhistas, estudantis, populares, políticas, religiosas,empresariais e outras que posam existir ou se auto-proclamar.
A nossa geração falhou, pois mal tomou consciência desta rapina diuturna, mal compreendeu este colonialismo que parece estar na raiz da nossa probreza. Se tomou consciência ainda não foi o suficiente para se mobilizar e se opor ao saque.
Caminha continua mandando notícias pro mundo de lá enquanto sangram as veias abertas desta nossa decantanda Amazônia.
Quem sabe as novas gerações não terão mais sorte. A nossa falhou.
seupedro2@yahoo.com.br
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