O Ministério Público Federal de São Paulo afirma ter localizado comprovantes de pagamentos de propina no exterior ao Partido dos Trabalhadores (PT) do Pará, segundo o jornal Folha de S.Paulo. Esses pagamentos teriam sido descobertos entre documentos confidenciais apreendidos pela Polícia Federal com diretores da construtora Camargo Corrêa. Segundo a procuradora Karen Kahn, a Camargo Corrêa teria repassado ao PT R$ 261.285,52 em abril de 2008, para conseguir um contrato de construção de hospitais no Pará. Essa transferência teria sido realizada por um banco chinês. O PMDB do Pará teria recebido R$ 130 mil por uma conta brasileira.
O juiz federal Fausto de Sanctis teria pedido o aprofundamento da investigação, antes do Superior Tribunal de Justiça (STJ) suspender a Operação Castelo de Areia, atendendo a um pedido de defesa da empresa. Esse pedido indicou que a operação é nula por vários motivos, entre eles o fato da quebra do sigilo telefônico ser baseada em denúncia anônima, o que é contra a lei. A negociação entre o PT e a empreiteira teria sido realizada em torno da construção de cinco hospitais, nos municípios de Belém, Santarém, Breves, Redenção e Altamira.
Outras obras teriam indícios de pagamento ilegal, como um contrato com a Transpetro (da Petrobras), no qual a Camargo Corrêa teria pago R$ 291 mil ao presidente da empresa Sergio Machado. Em Caieiras (SP), a empreiteira teria pago R$ 2,1 milhões para mudar a lei de zoneamento. O PMDB do Pará negou à reportagem o recebimento de propina, afirmando que os recursos que entram na conta do partido entram "com clareza". A reportagem não localizou os dirigentes do PT do Pará para falar sobre o tema.
Fonte: Terra
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