Sobre a postagem que relata o movimento dos servidores da Câmara de Belém na busca por direitos da categoria, o professor João Raimundo enviou o seguinte comentário:
Piteria,
penso que os servidores da Câmara Municipal precisam discurtir, hoje, o papel que a própria CMB exerce e o que nós podemos fazer para nos enquadrar como trabalhadores daquele Poder.
Veja só: não falo dos trabalhadores que dão apoio direto ao Plenário, ao que limpam a Casa, os que taquigrafam ou estão em departamentos que tem função, pois esses estão lá desenvolvendo suas atividades. Mas, temos uma gama de colegas que não tem nenhuma função na Casa, não exercem qualquer atividade e nem querem exercer.
A CMB paga, se compararmos com os salários dos professores, muito mais do que recebe uma professora para assumir duas turmas, manhã e tarde, com 70 crianças. Sabe esse seminário dos metalúrgicos? Vamos pensar algo parecido. Claro que não tenho tempo nem legitimidade para dirigir isso, mas é isso que penso devemos buscar construir...
Veja bem, nesses mais de trinta anos que estou ali, não vi um concurso público, apenas o interesse dos vereadores em aumentar o número de DAS para os seus mandatos... Claro que não concordo com essas maracutaisas, mas temos que ser transparentes também com o que representa cada servidor para aquele Poder. Ou não?
24 de janeiro de 2010 22:00
Blog do Piteira disse...
João,
na reunião que houve na sexta-feira passada, conversamos sobre algums dessas questões que levantas. Concordo que devamos discutir essa situação da qualificação dos servidores. É verdade que existe uma turma que hoje vive praticamente ociosa, sem a necessária qualificação profissional para realizar atividades novas na Casa.
É grande o número de servidores que hoje tem vida degradada por doenças (diabetes, cardiopatias gerais, etc), que vive pendurado no banco com empréstimos, que está com medo de se aposentar por causa do baixo salário. Soubemos que, já neste mês, com os cortes anunciados, vários vão receber merrecas, alguns nem cem reais. Ouvi alguns relatos dramáticos.
Propus que esse novo movimento criado pelos servidores não se restrinja às questões puramente corporativas, coisas de nosso próprio umbigo. Que mostremos à sociedade que a imoralidade dos vereadores e o conluio da Casa com os interesses do Dudu são prejudiciais à população, à sociedade; que esse novo movimento seja uma luta pela cidadania, pela decência na Casa, pela ética.
A turma concordou e ficamos de redigir um Manifesto à Sociedade. Vamos nos reunir no dia 2 de fevereiro.
Essa é uma das piores composições da Câmara Municipal. A atual Mesa, ou pelo menos a maioria dela, é uma excrecência. Dela não podemos nem devemos esperar coisa alguma em favor do funcionalismo.
Acho, João, que esse é um movimento necessário.
José Maria Piteira
25 de janeiro de 2010 11:18
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