segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

CERÂMICA TAPAJÔNICA: ARTE SECULAR


Uma das mais antigas e belas expressões da arte e da cultura amazônida.

Assim é a cerâmica de Santarém, recentemente reconhecida como patrimônio artístico e cultural do Pará. Uma arte que, segundo pesquisas desenvolvidas pela arqueóloga Anna Roosevelt, desenvolve-se entre os índios que habitavam as margens do rio Tapajós. Esses povos, também chamados de Tapajós, seriam descendentes de hábeis artesãos, supostamente descendentes dos Maias ou de Incas, que se desenvolveu na região de Santarém a partir do ano 1200 a.C.

A beleza da cerâmica tapajônica lembra o estilo barroco e a antiga arte chinesa, devido aos detalhes de suas peças zoomorfas de feições ornamentais muito análogas. A maioria das peças da cerâmica de Santarém foi encontrada em zonas de terra preta ou nas áreas conhecidas como bolsões. Por séculos, essa cultura ficou desconhecida da civilização moderna e a partir do século XIX começou a ser pesquisada por historiadores.

O valor atribuído às peças aguçou a cobiça, inclusive de colecionadores estrangeiros. Hoje, um pouco do que ficou dessa arte pode ser visto no Centro Cultural João Fona, em Santarém.

Foi essa beleza e principalmente a peculiaridade que possibilitaram à cerâmica de Santarém ser transformada em patrimônio e orgulho cultural do Pará.

Um comentário:

Edu Santos disse...

A cerâmica artesanal indígena e popular brasileira poderia ser melhor valorizada e preservada com a formação de profissi-
onais de nível superior especializados em
arte e tecnologia cerâmicas. Em Portugal,
Espanha, Alemanha, Estados Unidos e até
na Argentina existem cursos de arte e
tecnologia cerâmicas do nível fundamental
até o nivel superior.Existem grandes uni-
versidades especializadas em cerâmica e
vidro, como a UNIVERSIDADE DO AVEIRO, em
Portugal. Porquê não acontece o mesmo no
Brasil?