“Eu só quero justiça”. Essa é uma das poucas frases completas que David Stang, irmão da missionária Dorothy Stang, assassinada em 2005, no município de Anapu, sudoeste do Pará, aprendeu a falar em português. O norte-americano desembarcou no Aeroporto Internacional de Belém na tarde de ontem, para acompanhar o julgamento de Rayfran das Neves Sales, réu confesso do assassinato de Dorothy. Rayfran senta no banco dos réus amanhã, às 8h, no Fórum Criminal de Belém. Este será o quarto júri do acusado, já que as últimas duas sessões foram anuladas pela Justiça.
Com a ajuda das irmãs da Congregação de Notre Dame de Namur, que foram ao aeroporto recepcioná-lo e serviram de intérpretes, David falou sobre o caso. “Minha irmã estava sozinha quando foi covardemente assassinada por dois pistoleiros armados, que não tiveram nenhuma piedade. Eles merecem ser presos”, desabafou o homem.
O primeiro julgamento de Rayfran foi realizado em dezembro de 2005, quando foi imposta a ele a pena de 27 anos de reclusão. Ele foi condenado por homicídio qualificado, por ter agido com a promessa de recompensa. Como a pena definida foi superior a 20 anos de prisão, à época, a legislação penal brasileira permitia o protesto por novo júri. Novamente submetido a júri, Rayfran Sales foi de novo condenado, desta vez a 28 anos de reclusão.
Fonte: www.diariodopara.com.br
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