Toneladas de sacolas plásticas se acumulam em lixões e nas esquinas das cidades. Governos e sociedade podem ser proativos para combater esse problema
E a montanha da Conferência Rio+20 pariu um camundongo!
Quanta decepção!
Já escrevi aqui sobre minhas desconfianças com a atitude
passiva que muitos temos de esperar que as grandes mudanças positivas no mundo
- com o meio ambiente, por exemplo -
venham de decisões tomadas por organismos e líderes mundiais.
Com
exceção de Kioto, que gerou ação mundial para conter o aumento no buraco da
camada de ozônio (ainda que os Estados Unidos e outras potências não tenham aderido ao protocolo),
as demais conferências da ONU sobre o meio ambiente tiveram pouca, muito pouca,
consequência positiva. A Rio+20 é mais uma grande frustração àqueles que
esperavam decisões expressivas, mas todas foram adiadas.
Quando as decisões acontecem, como no caso de redução dos
gases CFC, legal: são positivas e geram ações mundiais! Mas não devemos esperar
que apenas estas façam as grandes mudanças. Também as ações proativas da
sociedade e/ou de governos locais em favor do meio ambiente podem fazer a
diferença.
Por exemplo, as leis estaduais e municipais que obrigam
supermercados e outros setores do comércio a distribuírem sacolas produzidas
com material biodegradável ou oxibiodegradável são iniciativas de grande valor.
Porque atingem, positivamente, um grande número de pessoas - consumidores de
supermercados, feiras, mercados e outros varejos - e tem intenso impacto sobre
o meio ambiente, são iniciativas de alto poder pedagógico e forte influência na
sociedade. Muitos estados e municípios já tomaram essa iniciativa.
O Pará e Belém, seguindo essa tendência nacional, já possuem
leis do tipo. A lei municipal veio de projeto de iniciativa da vereadora
Vanessa Vasconcelos (PMDB) e entrará em vigor daqui a um mês. Mas, vai
"pegar"? O que a Prefeitura está fazendo para garantir o cumprimento
da nova lei? Não se sabe!
O certo é que, para dar certo, para "pegar", será
preciso que haja ações de sensibilização e mobilização da sociedade,
vigilância, fiscalização e cobrança do Ministério Público. Sem isso, é alta a
possibilidade de ser mais uma "lei morta". Também a Câmara de Belém
terá parido um camundongo?
Ou vamos esperar que essa seja uma das decisões da próxima
conferência da ONU para o meio ambiente?
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