No município de Jacareacanga, no sudoeste do Pará, índios mundurucu fizeram reféns representantes da Funai (Fundação Nacional do Índio) e da Polícia Civil enviados ao local para negociar o fim do conflito iniciado após eles incendiarem, na terça-feira passada, um destacamento da Polícia Militar. A sede do município fica a 1.718 km de Belém, capital do Estado.
Segundo a Polícia Civil, cerca de 80 índios foram à cidade protestar contra o latrocínio (roubo seguido de morte) de um índio, mundurucu ocorrido há duas semanas.
Um dia após o crime, que ocorreu no último dia 23 de junho, a polícia prendeu quatro suspeitos. Dois deles foram liberados por falta de provas - esse foi o motivo inicial da revolta dos índios nesta semana.
Os mundurucu querem que os dois suspeitos do crime, que permanecem na cidade de Itaituba, sejam entregues a eles. Segundo o delegado Sílvio Maués, os índios querem levar os dois presos a suas aldeias e julgá-los de acordo com as leis dos mundurucu.
"Os presos estão sob a custódia do Estado. Esse pedido é impossível de ser cumprido", afirmou.
Funai e Polícia Civil não souberam informar qual a punição que os índios querem dar aos supostos autores do crime.
Após o incêndio do prédio da PM, um representante da polícia e outro da Funai foram enviados a Jacareacanga para negociar com os índios: o superintendente de Polícia Civil da região, Edinaldo de Sousa, e o procurador da Funai Sóstenes Magalhães.
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