ECONOMIA: CHINA ENCOLHE E DILMA DESDENHA DO NOSSO PIB

Diante das evidências de que o crescimento econômico brasileiro neste ano não deve ficar muito acima de 2%, a presidente Dilma Rousseff procurou, ontem, minimizar a importância do Produto Interno Bruto (PIB), ressaltando que ele não é o indicador mais adequado para comparações internacionais.

"Uma grande nação deve ser medida por aquilo que faz para suas crianças e para seus adolescentes. Não é o Produto Interno Bruto. É a capacidade do país, do governo e da sociedade de proteger o que é o seu presente e o seu futuro, que são suas crianças e seus adolescentes", afirmou, na 9ª Conferência dos Direitos da Criança e do Adolescente.

Enquanto isso, o governo da China anunciou, hoje, a desaceleração de seu PIB no segundo trimestre do ano, com um crescimento de 7,6%. O número é o menor a ser registrado pelo país asiático desde o primeiro trimestre de 2009, em meio ao auge da crise financeira dos Estados Unidos.

Em números absolutos, o PIB chinês chega a US$ 3,55 trilhões. Os principais responsáveis pelo resultado reduzido apontados pelo banco central chinês são a diminuição das exportações para a Europa, a estagnação do setor imobiliário e a inabilidade do governo em estimular o aumento do consumo interno.

Esta notícia é péssima para o Brasil, que tem na exportação de produtos básicos agrícolas e minerais um dos principais formadores de seu PIB. Com crescimento menor, a China tende a comprar menos do Brasil, especialmente minérios e grãos de soja, commodities de baixo valor agregado. Já a China, vende principalmente produtos industrializados para o Brasil, itens com alto valor agregado. A invasão de produtos chineses é tamanha que o governo brasileiro já pediu ao governo chinês que imponha controle às exportações para o Brasil.

Isso afeta diretamente a formação do PIB brasileiro, mas isso parece não preocupar o Planalto. O discurso de Dilma, ontem, desdenhando das previsões de PIB na faixa de 2% para 2012 demonstra isso. Se a tendência se mantiver, as consequências serão inevitáveis. E negativas. E próximas.

Para ler sobre o assunto, http://www1.folha.uol.com.br/mundo/1119482-pib-da-china-desacelera-para-76-menor-nivel-em-tres-anos.shtml
 http://www1.folha.uol.com.br/poder/1119474-sem-pib-brasil-vai-mal-na-comparacao-de-indicadores-sociais.shtml