"Se a água infiltrou no asfalto e no solo, é porque foi deficiente a compactação do material da base”, avaliou um engenheiro local que conhece a obra
A obra de asfaltamento e sinalização da PA-255, com 86 quilômetros de extensão, custou R$ 125 milhões aos cofres públicos do Estado. A rodovia liga o porto de Santana do Tapará, em Santarém, à cidade de Monte Alegre e dá acesso rodoviário aos demais municípios paraenses da sub-região da Calha Norte (margem esquerda do rio Amazonas). Ela é uma das quatro rodovias estaduais asfaltadas em todo o Oeste do Pará – a única na sub-região da Calha Norte.
Os principais danos visíveis no asfaltamento da rodovia são buracos, esfarelamento do material e danos na sinalização de trânsito, especialmente no trecho que corta a região do Desterro, distante cerca de 15 quilômetros da cidade de Monte Alegre, executado pela empresa ETEC Engenharia.
Na opinião de um engenheiro local, não é correto culpar as chuvas pelos danos. “Choveu, sim, e muito. Mas, se a água infiltrou no asfalto e no solo, é porque foi deficiente a compactação do material da base”, disse ele, referindo-se ao aterro usado na compactação e nivelamento da base do leito da rodovia.
Na opinião desse engenheiro, essa é a principal causa dos problemas que agora surgem no asfaltamento. “Quando a água infiltra no asfalto, o peso dos veículos de carga pesada ajuda a esfarelar o material. Os buracos são a consequência inevitável”, disse ele, por uma rede social.
"À época do contrato, a Setrans informou que as empresas responsáveis pelo asfaltamento têm responsabilidade de manutenção dela pelo prazo de cinco anos", escreveu o deputado estadual Júnior Hage (PDT), hoje, depois de ver imagens sobre os danos na rodovia. "É com base nesssa informação que vou cobrar a Setrans para que exija providências das empresas", afirmou. O deputado tentou, hoje, contato direto com o titular da Setrans, engenheiro Kleber Menezes, para tratar do problema, sem sucesso. Ele garantiu que vai insistir.
Seja apenas uma a causa, sejam várias, o certo é que é muito cedo para que um asfaltamento de sete meses já apresente tantos problemas. E se nenhuma providência for adotada pela Setrans, os buracos vão virar crateras e os problemas aos usuários serão multiplicados.
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