Com quase 100% dos votos do plebiscito apurados, o NÃO à criação do Estado do Tapajós sufoca, ainda que temporariamente, um sonho alimentado por mais de 200 anos por sucessivas gerações de habitantes do Oeste do Pará. Sufoca, mas não enterra nem mata, pois os ideais de liberdade, de participação democrática, de cidadania e bem estar têm a capacidade de sobreviver às mais terríveis intempéries. Resistem para se tornarem realidade e presença viva na vida de seus defensores.
A maioria dos paraenses - diga-se, os paraenses da Grande Belém, preponderantemente - disse NÃO à uma estratégia de desenvolvimento que seria salutar a todos, mas muito especialmente ao Novo Pará que seria criado; disse NÃO ao sonho dos paraenses do Oeste de construir um presente de mais oportunidades às gerações atuais e um futuro promissor aos seus descendentes; disse NÃO para atender às vaidades e aos interesses das elites da Capital.
O resultado do plebiscito, já se pode anunciar com segurança, aponta que 1/3 dos paraenses apoiou e votou no SIM. São paraenses que transformaram em protesto seu desacordo com os rumos que as elites políticas paraenses sempre deram ao Pará. São paraenses que querem a emancipação ao Oeste, que apóiam a luta do Oeste por um futuro próprio e escrito por suas próprias mãos.
Mais de 1 milhão de paraenses votaram SIM ao Tapajós. Mais de 1 milhão de paraenses votaram SIM ao Carajás. As elites de Belém e o governo do Pará não poderão mais ignorar esse clamor, não poderão mais manter o tratamento de desrespeito que até agora dedicaram a essas regiões e seus povos. Esses povos sabem o que querem. E demostraram isso!
Até hoje, as próprias diferenças culturais, históricas e políticas entre Belém e aquelas regiões demonstravam que o Pará já tinha linhas divisórias claras - e o tratamento diferenciado e preconceituoso dado ao Oeste, por exemplo, era das mais alarmantes, ainda que sombreadas pela sutileza do discurso oficial. Com o plebiscito, a divisão fica explícita, quebra o disfarce e fica conflagrada. Será difícil negar isso, ou evitá-lo.
Àqueles que abraçaram as causas do SIM e por elas lutaram, posso garantir que não houve derrota, perda, humilhação. Guerreamos a boa luta, pois a causa é nobre, e demonstramos que nossa união e firmeza em torno do que queremos é bem maior do que se imaginava. Guerreamos até o último momento, suamos até a última gota, erguemos os braços até o último golpe. Não nos prostramos, não renunciamos, não fomos covardes - ainda que haja uns poucos que serão jogados no lixo da História como traidores, vendidos, indignos.
Sabemos, hoje, quem são os nossos amigos, quem merece nos representar e defender. Seus nomes serão guardados com carinho, mas também manteremos vivos na memória do nosso povo os nomes dos traidores.
O Tapajós e seu povo são vencedores! O Tapajós mantém-se vivo em nossa vida, faz parte do nosso cotidiano, enternece nossa alma, enche-nos de orgulho. E assim será por muitas gerações!
Tapajós, sempre!!
José Maria Piteira
Jornalista e Editor do Blog
3 comentários:
Sou de Belém, vote SIM, gostaria muito de ver a vitoria deste povo, mais o senhor JATENE, e sua elite não deixou.
Agora mais do nunca, quero lutar por essa causa.
O que mais me entristece é saber que os idosos que ontem foram votar com alegria e esperança, talvez não vejam a tão sonhada "Terra prometida".
E me entristeço também em saber que os pobres e miseráveis de Belém, vão continuar pobres, por conta do egoísmo e da cegueira.
Mas principalmente por conta de mentiras e covardia do Governador Simão Jatene do Banana do Helenilson Pilates Pontes, e de tantos outros que serão lembrado como os responsáveis por "adiar" o sonho de uma população.
Essa votação foi proporcionalmente injusta, por conta do numero de eleitores de Belém. As regras foram desleais.
Mas a luta continua. Vou lutar e respirar por este sonho a cada dia e garanto "não morrerei sem antes pisar oficialmente no estado do Tapajós". Por mim, por minha familia e por meu povo.
MEU QUERIDO AMIGO DE LUTA JOSÉ MARIA PITEIRA. OS 26 ANOS DE NOSSA LUTA EM FAVOR DA REDENÇÃO DE UM POVO, SAIBA, AMIGO, NÃO FOI EM VÃO.
NA VERDADE O NÃO FOI EMBALADO PELA EMOÇÃO E ESQUECEU A RAZÃO E SUBLEVADOS POR INCENTIVOS DESCONCERTANTES A ERRO. ERRO PREMEDITADO E LANÇADO À EMOÇÃO DOS NOSSOS IRMÃOS PARAENSES DO FUTURO NOVO PARÁ.
HAJA VISTA AS ENTREVISTAS POSTERIORES AO PLEBISCITO, QUE AFIRMARAM QUE O PARÁ GRANDE NÃO POSSUI ORÇAMENTO PARA BANCAR OS IRMÃOS DO TAPAJÓS. DISSERAM DEPOIS O QUE DEVERIAM TER DITO ANTES, INFELIZMENTE, MAIS UMA VEZ PREMEDITADO, LEVANDO A POPULAÇÃO DO NÃO, NOVAMENTE A ERRO.AS VAIDADES TOMARAM CONTA DE UM POVO QUE SEQUER CONHECE O PARÁ E SUAS REGIÕES, QUE SEQUER CONHECE OS PROBLEMAS DO ESTADO. DAS FAVELAS DE BELÉM E TAMBÉM DAS NOSSAS CIDADES DO OESTE.MAS MESMO ASSIM, PARA EQUACIONAR O PROBLEMA, OUVIU-SE UM FESTIVO NÃO E NÃO, EM CIMA DA PRÓPRIA E TAMBÉM DA MISÉRIA DOS OUTROS, MAIS DISTANTES.
MAS SAIBAMOS, AMIGO PITEIRA, OUTRAS LUTAS VIRÃO. E AQUI SIM!!! PREMEDITAM VITÓRIAS COM AVAL DE TODOS, E SÓ ESPERAR UM POUQUINHO, QUE ELAS VIRÃO. A DEMONSTRAÇÃO FOI DADA. E NOVAMENTE. SÓ NÃO ENTENDE QUEM NÃO QUER. TAPAJÓS JÁ!!!!
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