O Supremo Tribunal Federal está a um passo do maior julgamento de sua história desde a redemocratização: o julgamento do caso do mensalão do PT.
O escândalo eclodiu em junho de 2005, quando um acuado Roberto Jefferson pôs a nu o esquema pelo qual a cúpula do PT corrompia o Congresso. No mesmo mês o STF foi acionado, em duas ações contra o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva por omissão e prevaricação. E o mensalão não saiu mais da pauta. Já naquele ano, a mais alta corte do país foi instada a decidir sobre a instalação de CPIs, a cassação de deputados, a realização de diligências policiais e sobre o foro mais adequado para a condução do inquérito. Dois anos depois, o tribunal aceitou a denúncia da Procuradoria-Geral da República e pôs 40 no banco dos réus. O processo chegou a 50 mil páginas - fora as centenas de apensos. Foram ouvidas mais de 600 testemunhas. Agora, é a hora da sentença.
O último passo antes do julgamento cabe ao ministro-revisor do processo, Ricardo Lewandowski. É sua função analisar se foram cumpridos à risca todos os ritos processuais e marcar a data do julgamento. Prevê-se que o faça até maio, mas, a rigor, Lewandowski tem o tempo que quiser pela frente. Ele chegou a acenar com a possibilidade de empurrar o julgamento para 2013, dizendo que teria de "começar do zero" seu trabalho.
É uma tese difícil de defender. VEJA.com revisou os principais lances do caso no Supremo, os votos dos ministros, as manobras da defesa, as polêmicas dentro e fora dos autos. Se Lewandowski fizer o mesmo, vai se deparar com as muitas oportunidades que teve para não se ver obrigado, agora, a começar qualquer coisa do zero.
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