segunda-feira, 2 de setembro de 2013

ITAITUBA: GARIMPEIROS DENUNCIAM TRABALHO ESCRAVO

Líderes garimpeiros temem que a presença de estrangeiros trabalhando em condições análogas à escravidão atraia mais repressão ao setor

Em Itaituba e região, no Oeste do Pará, como se não bastassem os enormes e já graves problemas vividos pelos garimpeiros artesanais e pequenos mineradores, o tráfico de trabalhadores estrangeiros feito por grandes empresas tem tudo para virar mais uma notícia ruim dentro da Reserva Garimpeira do Tapajós e fora dela. 

A exemplo do que acontece em São Paulo e outros estados do centro-sul do País, trabalhadores peruanos estariam sendo levados irregularmente para trabalhar em minas de exploração de ouro naquela região. Traficados, eles estariam também trabalhando em igual irregular, em ambientes degradantes, condições precarizadas e análogas à escravidão.

A denúncia é de líderes garimpeiros e representantes de entidades do setor. Segundo eles, uma primeira leva de trinta peruanos já estaria sendo explorada por uma empresa de grande porte, e outras já estariam a caminho.

Na opinião de um líder garimpeiro que pediu para não ser identificado, o prejuízo é duplo: trabalhadores locais tendem a perder seus empregos, substituídos pelos estrangeiros, aumentando o desemprego e tornando ainda mais cinzento o clima tenso já existente dentro da Reserva Garimpeira.

E as consequências disso não poderiam ser piores, justamente no momento quando garimpeiros e mineradores locais se esforçam em negociar com órgãos públicos - Ibama, DNPM e Sema - prazos para a regularização de suas atividades e minimização dos problemas ambientais.

A presença de estrangeiros trabalhando irregularmente e em condições análogas à escravidão deverá levar a Itaituba outros órgãos públicos, como Ministério Público do Trabalho e Polícia Federal, entre outros.

Seria uma bomba de fragmentos, jogando por terra os esforços de pacificação empenhados pelas entidades que representam os garimpeiros.

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